quinta-feira, 5 de setembro de 2013

GEOGRAFIA: Professor explica a criação de 'ilhas de calor' no centro das cidades. Vejam aqui:

Projeto Educação destacou o assunto de geografia nesta quinta (15).

Carros, asfalto e prédios contribuem com a sensação de calor.



No centro das grandes metrópoles, a sensação de calor costuma ser maior do que a percebida em áreas mais afastadas, arborizadas. Carros, asfalto e prédios são alguns dos elementos que contribuem com a sensação de “abafado”. O fenômeno conhecido como “ilhas de calor”, denominado também como microclima urbano, foi assunto do Projeto Educação desta quinta-feira (15).

O tempo está em constante transformação, com o avanço das chuvas e a incidência dos raios solares. E os termômetros não param de subir. “Isto significa que os raios solares estão batendo diretamente nesse concreto. Esse concreto está absorvendo o calor, está liberando este calor em forma de ondas e, à medida que isso acontece, a tendência é a elevação cada vez maior da temperatura”, comentou o professor de geografia Evandro Costa.

O nome “ilhas de calor” é dado aos espaços que se formam com condições de temperatura e de umidade atmosférica completamente diferentes do ambiente geral. “Então você imagine o clima da Zona da Mata nordestina, imagine o clima da Zona da Mata de Pernambuco e você imagine essa alteração que vai ser sofrida a partir da intensa urbanização que nós temos exatamente no centro do Recife. É uma zona micro dentro de um macro espaço. É justamente por conta disso que nós chamamos de microclima”, destacou o professor.

Prédios refletem a luz do sol e devolvem calor para as ruas (Foto: Reprodução / TV Globo)Prédios refletem a luz do sol e devolvem calor para as
ruas (Foto: Reprodução / TV Globo)
Nas áreas muito urbanizadas, o primeiro problema é a quantidade de veículos, que emitem muitos gases poluentes. Os calçamentos, de asfalto ou concreto, também absorvem e irradiam muito calor. Os prédios não ajudam, pois são de cores claras em sua maioria – uma forma de refletir a luz do sol e amenizar as temperaturas na parte de dentro. O problema é que a luz refletida acaba devolvendo calor para as ruas.

Ainda por conta dos edifícios, cada vez mais altos, o ar não circula direito. Em cidades litorâneas, como o Recife, nem a brisa que sopra do mar durante o dia é aproveitada porque os prédios ao longo da orla funcionam como um paredão, uma barreira para passagem do vento. Tudo isso acaba por contribuir com uma maior quantidade de chuvas, já que o calor faz aumentar a evaporação da água.

Verde
Afastando-se do centro da cidade, das áreas mais urbanizadas, o calor diminui. Em lugares mais arborizados, a temperatura cai, em média, cinco ou seis graus. “Esses cinco ou seis graus significam muito porque, como é uma média, isso quer dizer que, em dias quentes, a probabilidade de você ter temperaturas muito mais altas, nessas áreas mais urbanizadas, aumenta bastante. E, às vezes, a gente pode chegar a picos de dez graus de temperatura quanto à diferença de bairros menos urbanizados e com uma quantidade maior de verde, em relação às áreas de maior urbanização”, explicou Evandro Costa.

A vegetação traz vários benefícios. Ela reduz o impacto dos raios solares no solo e, ao mesmo tempo, aumenta a umidade na atmosfera, o que proporciona uma sensação mais agradável. “É muito importante que a população contribua com a possibilidade de formação de jardins, aumentando a área verde na sua casa, nas áreas dos edifícios, nos estacionamentos, porque ajuda bastante a promover um equilíbrio da temperatura”, orientou o professor.

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