A Zona Oeste já está pronta para sediar uma dupla jornada, a partir de segunda-feira. Além do evento mundial católico, com direito a encontro com o Papa Francisco, moradores e visitantes também poderão peregrinar em um outro circuito, o de pontos culturais identificados em bairros da região. Basta embarcar no projeto “É COmunitário”, promovido por agentes culturais para incentivar um verdadeiro intercâmbio na região.
— Queremos fortalecer os espaços culturais e museológicos da Zona Oeste, que sobrevivem por conta própria. Sem ajuda, sem incentivo, eles caminham muito na base da improvisação — explica o professor de geografia Diogo Cardoso, de 20 anos, idealizador do projeto.
Criando um circuito cultural nos limites da antiga Fazenda Santa Cruz, Diogo quer fortalecer os cem espaços culturais identificados nesse eixo, inclusive com políticas públicas.
— A gente quer reconstruir esse imaginário, passando pelos limites da fazenda. E os visitantes, universitários e estrangeiros, poderão montar os roteiros e visualizar os locais no aplicativo disponibilizado em um site, que será lançado logo — destaca Diogo.
No roteiro está o espaço A Era do Rádio, em Sepetiba, e o maranhense Raízes de Gericinó, em Bangu, que atende 30 crianças com aulas de dança no projeto Bumba Meu Boi Estrela de Gericinó, além de 20 adultos com artesanato.
Cultura do Maranhão tem espaço garantido
O espaço Raízes Gericinó, há quatro anos promovendo a cultura maranhense em Bangu, está de portas abertas para receber os peregrinos culturais. Até porque as visitas por lá restringem-se atualmente aos moradores locais.
— Gostaria que os visitantes vissem todo o movimento dentro do nosso museu, com aulas de corte e costura, de artesanato e de dança do bumba meu boi. Hoje, recebemos apenas pessoas de comunidades vizinhas. É que temos pouca visibilidade, porque os governantes não olham para nós — relata Auricelia Padilha, coordenadora pedagógica do projeto.
E também não olham para a Fazenda do Viegas, em Bangu, conforme relata o professor de geografia Diogo Cardoso. Triste com o abandono do local, ele também vai incluir as trilhas da fazenda, com construções de 1725, no roteiro cultural, que será aberto com 13 espaços já estruturados e poderá ser visitado com agendamento.
— Estamos correndo atrás de financiamento para capacitar moradores como guia culturais — diz.
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